E não dos deixes cair em tentação, mas
livra-nos do mal.
Mateus 6.13
Mateus 6.13
Maligno
A oração que Jesus nos ensinou tem como última súplica o
enfrentamento do medo do mal. Vivemos em um mundo contingente, onde coisas
ruins acontecem a pessoas boas, e coisas boas acontecem a pessoas ruins. Todos
estamos sujeitos tanto ao sofrimento quanto à boa sorte. Existe no mundo uma
dimensão do mal cuja manifestação não pode ser antecipada ou impedida. Mas
Jesus não está falando desse tipo de mal.
Quando Jesus nos ensina a orar dizendo “livra-nos do mal”,
está se referindo a um mal personalizado, uma força ou um poder que nos ataca e
contra o qual devemos lutar. Uma coisa é experimentarmos a contingência da
existência; outra coisa bem diferente é deixarmo-nos vitimar, voluntária ou
involuntariamente, por uma ação que poderia ter sido resistida e confrontada.
Por essa razão, a súplica “não nos deixes cair em tentação,
mas livra-nos do mal” também é interpretada por “livra-nos do Maligno”. Jesus
orou por seus discípulos pedindo a Deus: “Não peço que os tires do mundo, e sim
que os guardes do mal”, seguindo a mesma lógica do Pai-nosso. As contingências
da vida afetam todos os que estão no mundo — estamos todos sujeitos a horas
boas e ruins. Mas Jesus pede a Deus que livre seus talmidim do mal.
O mal quer nos cooptar para que nos tornemos malvados.
Jesus adverte que seus discípulos devem estar preparados para enfrentar o mal e
resistir ao Maligno. Jesus deseja que seus discípulos não apenas sejam poupados
dos ataques e das consequências do mal, mas também e principalmente que sejam
capazes de oferecer resistência ao agente malvado, o Maligno.
Jesus suplica para que possamos distinguir entre o
sofrimento eventual, inevitável, circunstancial, e o sofrimento causado por
nossa negligência ou displicência — a dor decorrente da abertura que demos ao
mal, sem resistir aos apelos dos malvados e malignos que interferiram em nosso
caminho. O ônus da aventura de viver é inevitável, mas Jesus nos ensina a pedir
a Deus o livramento da ação do mal, bem como forças para estarmos vigilantes
para combatê-la.
Peça a Deus que livre você do mal. Mas peça também que Deus
livre você de se tornar uma pessoa malvada.
___________________________
___________________________
___________________________
Referência do
texto: KIVITZ, Ed René. Talmidim: o passo a passo de Jesus. São Paulo:
Mundo Cristão, 2012. Página 72.
Transcrição: Deivid
Liberto
Nenhum comentário:
Postar um comentário