sábado, 25 de fevereiro de 2017

TALMIDIM 066

E não dos deixes cair em tentação, mas livra-nos do mal.
Mateus 6.13
Maligno

A oração que Jesus nos ensinou tem como última súplica o enfrentamento do medo do mal. Vivemos em um mundo contingente, onde coisas ruins acontecem a pessoas boas, e coisas boas acontecem a pessoas ruins. Todos estamos sujeitos tanto ao sofrimento quanto à boa sorte. Existe no mundo uma dimensão do mal cuja manifestação não pode ser antecipada ou impedida. Mas Jesus não está falando desse tipo de mal.

Quando Jesus nos ensina a orar dizendo “livra-nos do mal”, está se referindo a um mal personalizado, uma força ou um poder que nos ataca e contra o qual devemos lutar. Uma coisa é experimentarmos a contingência da existência; outra coisa bem diferente é deixarmo-nos vitimar, voluntária ou involuntariamente, por uma ação que poderia ter sido resistida e confrontada.

Por essa razão, a súplica “não nos deixes cair em tentação, mas livra-nos do mal” também é interpretada por “livra-nos do Maligno”. Jesus orou por seus discípulos pedindo a Deus: “Não peço que os tires do mundo, e sim que os guardes do mal”, seguindo a mesma lógica do Pai-nosso. As contingências da vida afetam todos os que estão no mundo — estamos todos sujeitos a horas boas e ruins. Mas Jesus pede a Deus que livre seus talmidim do mal.

O mal quer nos cooptar para que nos tornemos malvados. Jesus adverte que seus discípulos devem estar preparados para enfrentar o mal e resistir ao Maligno. Jesus deseja que seus discípulos não apenas sejam poupados dos ataques e das consequências do mal, mas também e principalmente que sejam capazes de oferecer resistência ao agente malvado, o Maligno.

Jesus suplica para que possamos distinguir entre o sofrimento eventual, inevitável, circunstancial, e o sofrimento causado por nossa negligência ou displicência — a dor decorrente da abertura que demos ao mal, sem resistir aos apelos dos malvados e malignos que interferiram em nosso caminho. O ônus da aventura de viver é inevitável, mas Jesus nos ensina a pedir a Deus o livramento da ação do mal, bem como forças para estarmos vigilantes para combatê-la.

Peça a Deus que livre você do mal. Mas peça também que Deus livre você de se tornar uma pessoa malvada.
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Referência do texto: KIVITZ, Ed René. Talmidim: o passo a passo de Jesus. São Paulo: Mundo Cristão, 2012. Página 72.

Transcrição: Deivid Liberto

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