Quando a mulher viu que a árvore parecia
agradável ao paladar, era atraente aos olhos e, além disso, desejável para dela
se obter discernimento, tomou do seu fruto, comeu-o e o deu a seu marido, que
comeu também.
Gênesis 3.6
Gênesis 3.6
COMBATE
Há uma
relação interessante entre a tentação de Jesus no deserto e esse episódio
descrito em Gênesis, quando o primeiro casal, Adão e Eva, toma do fruto do
conhecimento do bem e do mal que havia sido proibido por Deus no paraíso. Na
verdade, a relação é entre Adão e o próprio Jesus — chamado de “último Adão” e
“segundo homem” pelo apóstolo Paulo. O primeiro homem, Adão, foi tentado no
Éden pela serpente; o segundo homem, Jesus, no deserto pelo Diabo. Adão e
Jesus, a serpente e o Diabo, são figuras arquetípicas que colocam o ser humano diante
de realidades fundamentais da vida.
Jesus
está com fome e é tentado a transformar pedras em pão. O fruto do conhecimento
do bem e do mal é apresentado como agradável ao paladar. O pão e o fruto se
referem aos apetites do corpo. O corpo clama.
Jesus
tem diante dos olhos toda a glória de todos os reinos do mundo. Lá em Gênesis
diz-se que aquele fruto era agradável aos olhos. A glória dos reinos na vitrine
e a beleza do fruto que enche os olhos se referem aos desejos da alma. A alma
também clama.
Jesus
está no pináculo do templo e o Diabo sugere: “Pule, pois todos os anjos
cuidarão de você, e você será o centro do mundo”. O fruto diante de Adão lhe
parece bom para dar entendimento e fazer dele alguém igual a Deus. A tentação
de ser o centro do universo e ocupar o lugar de Deus se refere às pretensões do
espírito. O espírito igualmente clama.
Assim
como Adão e Jesus, todos nós travamos, numa dimensão universal, esse combate
interior. Todos os dias, em todos os lugares, todos os seres humanos estão lidando
com os clamores do corpo, os desejos ilimitados da alma e as pretensões do
espírito. Esse combate é atemporal e universal. Esse combate aconteceu no
Jardim do Éden, com Adão, aconteceu no deserto, com Jesus, e acontece todo dia
com você e comigo.
Em tentação,
o primeiro homem, Adão, falhou miseravelmente. Mas o segundo homem, Jesus, saiu
vitorioso. Com Jesus aprendemos que os apetites do corpo devem estar sujeitos à
providência de Deus, os desejos da alma descansados no favor de Deus, e o
espírito, com suas pretensões, submetido, rendido, ajoelhado na presença de
Deus.
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Referência do
texto: KIVITZ, Ed René. Talmidim: o passo a passo de Jesus. São Paulo:
Mundo Cristão, 2012. Página 46.
Transcrição: Deivid
Liberto
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