Jesus subiu ao monte e se assentou. Seus
discípulos aproximaram-se dele, e ele começou a ensiná-los.
Mateus 5.1-2
Mateus 5.1-2
SERMÃO
O
Sermão do Monte é o mais importante discurso proferido em toda a história da
humanidade. Mahatma Gandhi afirmou que se todos os textos sagrados do mundo
fossem perdidos, mas o Sermão do Monte fosse preservado, então nada teria se
perdido. Essas extraordinárias palavras de Jesus, de fato, ocupam lugar de
absoluto destaque na história.
Jesus
não fala à multidão, ele fala a seus discípulos. Seguindo a tradição dos
rabinos e seus talmidim daquele tempo, os aprendizes se aproximaram, o Mestre
se assentou e passou a ensiná-los.
Quando
reúne seus discípulos no monte, Jesus fala como um novo Moisés. Moisés recebeu
a Torá de Deus no monte Sinai. Jesus reúne seus discípulos também em um monte.
O paralelo é evidente. Por isso, Jesus se pronuncia dizendo: “Vocês ouviram o
que foi dito [por Moisés]; mas eu lhes digo...”. Nada será como antes, agora
quem fala é Jesus. Moisés foi o legislador de Israel. O Sermão do Monte é o
pronunciamento de um outro legislador.
Mas há
também um segundo paralelo interessante. Jesus cresceu em Nazaré, à época uma
pequena vila com cerca de cinquenta famílias na região onde hoje é a Palestina.
Isso significa que Jesus cresceu no meio de um povo colonizado, oprimido por
Roma. Jesus ensina seus discípulos no alto de um monte, mas também foi no alto
de um monte que Jesus foi tentado pelo Diabo. Eis um paralelo duplo para uma
realidade única: a opressão de Roma contra Israel e a frustrada tentativa do
Diabo de oprimir Jesus. Moisés foi o libertador de Israel. O Sermão do Monte é
o pronunciamento de um outro libertador.
Em seu
Sermão do Monte, Jesus confronta todos os agentes que oprimem o ser humano —
seja Roma, sejam o Diabo e os espíritos do mal, ou seja mesmo a má
interpretação da lei de Moisés. Jesus se pronuncia contrariando todos os
discursos de seu tempo e todos os valores de impérios e potestades que oprimem
pela maldade. O que o Sermão do Monte oferece é um caminho alternativo de vida.
O teólogo inglês John Stott chama o Sermão do Monte de “contracultura cristã” —
de fato, esta é a proposta de Jesus: um outro jeito de viver, de ser gente e de
ser sociedade.
Os talmidim de Jesus andam na contramão do
mundo.
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Referência do
texto: KIVITZ, Ed René. Talmidim: o passo a passo de Jesus. São Paulo:
Mundo Cristão, 2012. Página 47.
Transcrição: Deivid
Liberto
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