terça-feira, 14 de fevereiro de 2017

TALMIDIM 055

Foi dito: “Aquele que se divorciar de sua mulher deverá dar-lhe certidão de divórcio”. Mas eu lhes digo que todo aquele que se divorciar de sua mulher, exceto por imoralidade sexual, faz que ela se torne adúltera, e quem se casar com a mulher divorciada estará cometendo adultério.
Mateus 5.31-32
DIVÓRCIO

A lei de Moisés obrigava o homem que não desejasse mais permanecer casado a entregar à mulher uma certidão de divórcio. Isso significava que ele estava abrindo mão de qualquer direito de posse — na cultura semita a mulher era propriedade do homem; o casamento e o divórcio eram regulamentados por transações econômicas. A mulher repudiada pelo marido e que não recebesse a certidão de divórcio permanecia vinculada economicamente a ele, e quem quisesse se casar com ela deveria indenizar o marido. Por essa razão, o profeta Malaquias disse que Deus odeia o repúdio. Não era justo repudiar uma mulher sem dar a ela uma carta de divórcio.

Ao ser questionado sobre o divórcio, Jesus relembra esse princípio da lei que estabelece a distinção entre repúdio e divórcio, e deixa claro que o padrão moral de seus talmidim implica a relação de justiça, especialmente e Shamai. O rabino Hilel defendia que qualquer motivo poderia legitimar um divórcio. Shamai, entretanto, afirmava que apenas a imoralidade sexual justificava o divórcio. Jesus concordou com Shamai.

Jesus sabe que a relação conjugal implica ser uma só carne, e que o casamento é usado pelos profetas como figura do relacionamento entre Yahweh e Israel (o Novo Testamento usa a mesma figura para a relação entre Cristo e a Igreja). A relação de “uma só carne” nos assemelha a Deus, que é plural: Pai, Filho e Espírito Santo. Mas, ao mesmo tempo, é uma unidade indissociável: três pessoas, mas um Deus. Assim é o casal: uma unidade plural, duas pessoas, mas uma só carne. Eis por que a relação homem e mulher é sagrada e por que Jesus ensina a preservação dessa unidade a qualquer custo.

A lei do divórcio, criada para promover relacionamentos de justiça entre os casais e possibilitar a criação de vínculos de amor, sem abusos nem crueldades, é absolutamente para uma sociedade como a nossa, que banalizou as relações entre masculino e feminino e profanou a sacralidade do sexo.
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Referência do texto: KIVITZ, Ed René. Talmidim: o passo a passo de Jesus. São Paulo: Mundo Cristão, 2012. Página 61.

Transcrição: Deivid Liberto

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