Não pense que vim abolir a Lei ou os Profetas;
não vim abolir, mas cumprir. [...] Pois eu lhes digo que se a justiça de vocês
não for muito superior à dos fariseus e mestres da lei, de modo nenhum entrarão
no Reino dos céus.
Mateus 5.17-20
Mateus 5.17-20
JUSTIÇA
Jesus é o “Filho de Deus” porque é também o “primogênito
entre muitos irmãos”, a representação de toda a humanidade. Ele contém tanto
Adão (não sem razão, o apóstolo Paulo o chama de “segundo Adão”) como toda a
nação de Israel, pois o Antigo Testamento diz que Israel é uma nação associada
ao filho de Deus: “Do Egito chamei o meu filho”, diz Mateus (2.14), numa
citação do profeta Oseias, assemelhando Israel a Jesus.
Jesus faz irromper o reino de Deus na história. No Sermão
do Monte ele convoca toda a humanidade a se tornar conforme o propósito
original de Deus. E também exorta a comunidade de Israel, a quem ele se dirige,
a atingir sua plenitude. Esse é o significado de “eu vim cumprir a lei”.
Cumprir a lei é muito mais do que obedecer aos mandamentos de Moisés. Cumprir a
lei é assumir a lei como expressão do caráter e do propósito de Deus e encarnar
em si mesmo esse caráter e propósito para toda a criação. Jesus é o Homem que
todo homem deveria ser. Jesus traz para a história o reino de Deus como modelo
para toda e qualquer sociedade humana.
Por essa razão, Jesus afirma que a justiça de seus
discípulos deve ser “muito superior” à dos religiosos de sua época. Os
religiosos, de modo geral, entendem a lei como simples conjunto de mandamentos
e regras. Jesus avisa que seus talmidim não vivem meramente para obedecer a
mandamentos. A mensagem dele não pode ser reduzida a um novo código de
comportamento ou padrão de procedimento moral na sociedade. Os discípulos de
Jesus encarnam um novo tipo de ser humano — semelhante ao próprio Jesus. E por
isso vivem de maneira diferente. Vivem segundo a justiça de Deus.
Jesus é a plenitude da expressão de Deus no mundo, e nesse
sentido é que cumpre a lei. Em comunhão com Jesus, estamos também revestidos da
justiça de Deus. Os discípulos de Jesus não são apenas pessoas virtuosas, pois
sua grande virtude é permanecer em Cristo. São semelhantes a Jesus Cristo e,
justamente por isso, vivem a justiça do Reino de Deus.
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Referência do
texto: KIVITZ, Ed René. Talmidim: o passo a passo de Jesus. São Paulo:
Mundo Cristão, 2012. Página 58.
Transcrição: Deivid
Liberto
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