Pai nosso que estás nos céus!
Mateus 6.9
Mateus 6.9
Abba
Jesus nos ensina a orar chamando Deus de “Pai” ou “ Abba ”,
em hebraico. Tratar Deus como Abba é uma fala originalíssima e exclusiva de
Jesus. Os profetas e escritores do Antigo Testamento consideravam Deus como
Pai, mas jamais ousaram se dirigir a ele dessa maneira. Somente Jesus nos ensinou
a usar Abba como vocativo.
Abba é um vocábulo que remete ao balbuciar de um bebê que
ainda não aprendeu a falar. Alguns tradutores sugerem que o mais próximo que
temos em português é a expressão de nossa infância, “papai”, “paizinho”, mas
não chega a tanto. Abba é uma das primeiras “palavras” de uma criança que ainda
não tem consciência, não articula raciocínios, não domina a linguagem e não associa
rostos a ideias. A criança que balbucia abba sabe apenas que aquele rosto e
aquele cheiro lhe transmitem amor e segurança, e que aqueles braços estendidos
são um abrigo naturalmente desejado. Diante de tantos braços estendidos, diante
de tantas faces, a criança, ainda sem compreensão racional da realidade,
identifica a face de seu pai, de seu abba.
Jesus nos incentiva a tratar o Deus altíssimo como Abba, e
isso está em absoluta harmonia com o que ele nos ensina sobre oração. A oração
não é algo que o Abba ouve, mas um coração que Deus vê. É uma experiência entre
o homem e Deus que vai muito além das palavras, para além da articulação
racional. Oração é uma relação afetiva e, por que não dizer, passional.
Deus é nosso Abba. É aquele em cujos braços nos lançamos,
independentemente do que entendemos ou cremos, sabemos ou duvidamos. Deus é
Abba, é quem invocamos com um simples suspiro ou com o balbuciar desarticulado
que surge nos momentos de profunda e legítima pureza e ingenuidade. Ao orar,
não se preocupe tanto com as palavras. Deus vê o coração. Ele compreende e
acolhe os suspiros e as lágrimas que clamam: “Meu Abba, meu Pai”.
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Referência do
texto: KIVITZ, Ed René. Talmidim: o passo a passo de Jesus. São Paulo:
Mundo Cristão, 2012. Página 68.
Transcrição: Deivid
Liberto
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