PÃO
Depois de jejuar quarenta dias e
quarenta noites, teve fome. O tentador aproximou-se dele e disse: “Se és o
Filho de Deus, manda que estas pedras se transformem em pães”..
Mateus 4:2-3
Mateus 4:2-3
Jesus
foi conduzido ao deserto pelo Espírito. Passou quarenta dias e quarenta noites
em jejum até que, naturalmente, teve fome. Nada mais legítimo que ele tomasse
providências para saciar a fome de pão. Mas para Jesus esse é um momento de
tentação. O momento da tentação é aquele quando estamos na iminência de
praticar o mal. Mas que mal há em comer quando se tem fome?
O
que está nas entrelinhas desse momento de tentação de Jesus não é a fome e a
legitimidade de uma providência para acabar com ela. A tentação que Jesus
enfrenta não diz respeito ao pão, mas a sua identidade. O Diabo sugere que ele
transforme pedras em pães, não para matar a fome, mas para provar que é, de
fato, Filho de Deus.
Jesus
chega ao deserto logo depois de seu batismo, quando do céu Deus se pronunciou
dizendo: “Este é o Filho que eu amo”. Mas no deserto aparece o Diabo de
escassez, passando por essa dificuldade, enfrentando essa limitação? Será que
se você fosse mesmo o Filho de Deus, estaria sofrendo? Será que Deus realmente
ama você?”.
Ao
vencer essa tentação, Jesus nos ensina que as circunstâncias não são o critério
que devemos usar para avaliar se Deus nos ama ou não, se somos ou não filhos
amados de Deus. Quando nos valemos desse artifício de olhar para as
circunstâncias, acabamos fazendo a brincadeira de bem-me-quer-mal-me-quer.
Imaginamos que quando as coisas vão bem é porque Deus nos ama; quando as coisas
vão mal é porque Deus não nos ama. O que deve sustentar nosso relacionamento
com ele é a própria voz do Pai que sussurra em nosso coração: “Você é meu filho amado. Você é minha filha
amada”.
Não
duvide do amor de Deus. Mesmo quando você duvida desse amor, Deus ama você.
Mesmo quando você não faz por merecer esse amor, Deus ama você. Essa estranha
espiritualidade televisiva, que afirma que “Deus é bom” porque nos faz viver
situações agradáveis e porque está sempre correndo para nos trazer conforto,
realização e satisfação, não combina com o caminho de Jesus. Deus não é um
ídolo. Deus não é um meio pelo qual nós alcançamos uma vida melhor. Deus é um
fim em si mesmo, e seu amor infinito, declarado e prometido não é uma questão
de termos pão ou não.
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Referência do
texto: KIVITZ, Ed René. Talmidim: o passo a passo de Jesus. São Paulo:
Mundo Cristão, 2012. Página 37.
Transcrição: Deivid Liberto
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