terça-feira, 31 de janeiro de 2017

TALMIDIM 031

PÃO

Depois de jejuar quarenta dias e quarenta noites, teve fome. O tentador aproximou-se dele e disse: “Se és o Filho de Deus, manda que estas pedras se transformem em pães”..
Mateus 4:2-3
        
Jesus foi conduzido ao deserto pelo Espírito. Passou quarenta dias e quarenta noites em jejum até que, naturalmente, teve fome. Nada mais legítimo que ele tomasse providências para saciar a fome de pão. Mas para Jesus esse é um momento de tentação. O momento da tentação é aquele quando estamos na iminência de praticar o mal. Mas que mal há em comer quando se tem fome?

O que está nas entrelinhas desse momento de tentação de Jesus não é a fome e a legitimidade de uma providência para acabar com ela. A tentação que Jesus enfrenta não diz respeito ao pão, mas a sua identidade. O Diabo sugere que ele transforme pedras em pães, não para matar a fome, mas para provar que é, de fato, Filho de Deus.

Jesus chega ao deserto logo depois de seu batismo, quando do céu Deus se pronunciou dizendo: “Este é o Filho que eu amo”. Mas no deserto aparece o Diabo de escassez, passando por essa dificuldade, enfrentando essa limitação? Será que se você fosse mesmo o Filho de Deus, estaria sofrendo? Será que Deus realmente ama você?”.

Ao vencer essa tentação, Jesus nos ensina que as circunstâncias não são o critério que devemos usar para avaliar se Deus nos ama ou não, se somos ou não filhos amados de Deus. Quando nos valemos desse artifício de olhar para as circunstâncias, acabamos fazendo a brincadeira de bem-me-quer-mal-me-quer. Imaginamos que quando as coisas vão bem é porque Deus nos ama; quando as coisas vão mal é porque Deus não nos ama. O que deve sustentar nosso relacionamento com ele é a própria voz do Pai que sussurra em nosso coração:  “Você é meu filho amado. Você é minha filha amada”.

Não duvide do amor de Deus. Mesmo quando você duvida desse amor, Deus ama você. Mesmo quando você não faz por merecer esse amor, Deus ama você. Essa estranha espiritualidade televisiva, que afirma que “Deus é bom” porque nos faz viver situações agradáveis e porque está sempre correndo para nos trazer conforto, realização e satisfação, não combina com o caminho de Jesus. Deus não é um ídolo. Deus não é um meio pelo qual nós alcançamos uma vida melhor. Deus é um fim em si mesmo, e seu amor infinito, declarado e prometido não é uma questão de termos pão ou não.
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Referência do texto: KIVITZ, Ed René. Talmidim: o passo a passo de Jesus. São Paulo: Mundo Cristão, 2012. Página 37.
Transcrição: Deivid Liberto

segunda-feira, 30 de janeiro de 2017

TALMIDIM 030

DIABO

Então Jesus foi levado pelo Espírito Santo ao deserto, para ser tentado pelo Diabo.
Mateus 4:1
        
A palavra “diabo” assusta, quase tanto quanto o próprio coisa-ruim. No mundo de hoje, não parece muito razoável que falemos sobre demônio, capeta, Satanás. Mas o Diabo é uma figura presente nas páginas da Bíblia. Eu acredito que existe o Diabo. E também acredito que existem diabos.

Como escreveu C. S. Lewis, eu acredito no Diabo, em primeiro lugar, porque em todos os tempos, em todas as civilizações e culturas, sempre se acreditou na existência de um ser com características semelhantes às do que chamamos de Diabo. Em segundo lugar, porque a ciência não me apresentou ainda nenhuma informação confiável que me exija deixar de crer no Diabo. E por último, porque, acreditando que o Diabo existe, consigo explicar muita coisa que, de outra forma, ficaria sem explicação. Acho os três argumentos de Lewis, como sempre, muito interessantes. Acredito nessa figura maligna. E a Bíblia nos ensina que há muitas figuras malignas.

Certa vez, meus filhos me perguntaram: “Pai, quem criou o Diabo?”. A única resposta que me ocorreu foi o que as Escrituras ensinam. “Quem criou o Diabo foi Lúcifer!”, disse a eles. O Diabo não é um ser autoexistente. Somente Deus existe por si mesmo. Todos os outros seres, inclusive espirituais, foram criados por Deus. Alguns desses seres se rebelaram, quiseram ocupar o lugar de Deus. Essas criaturas espirituais rebeldes são chamadas na Bíblia de diabos, espíritos malignos e espíritos imundos. Lúcifer é a principal criatura a personificar o mal. Deus criou Lúcifer, anjo de luz, e Lúcifer criou o Diabo.

Todo ego que se pretende absoluto é um diabo. Estamos rodeados de egos absolutos. Somente em submissão a Deus poderemos ter sensibilidade e discernimento para detectar os egos absolutos que estão a nossa volta, querendo nos destruir e engolir.

Peça a Deus que abra seus olhos, que lhe dê sensibilidade e percepção suficientes para discernir os egos absolutos que estão a seu redor. Ore também para que nenhum diabo, nenhum espírito maligno destruidor, afaste você de Deus, dos caminhos de Deus e do discipulado de Jesus. Mas, principalmente, entregue sua vida a Deus, para que você não se torne um ego absoluto, que pensa que é Deus, e que exige que o mundo gire a seu redor e que tudo aconteça sempre de acordo com sua vontade, para seu conforto egoísta e bem-estar egocêntrico. Ore como Jesus ensinou: “Não me deixes cair em tentação, mas livra-me do mal/Maligno”.
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Referência do texto: KIVITZ, Ed René. Talmidim: o passo a passo de Jesus. São Paulo: Mundo Cristão, 2012. Página 36.
Transcrição: Deivid Liberto

domingo, 29 de janeiro de 2017

TALMIDIM 029

VOZES

Então Jesus foi levado pelo Espírito Santo ao deserto, para ser tentado pelo Diabo.
Mateus 4:1
               
Sempre tive muito preconceito com esse pessoal que diz que ouve Deus falar. Frases que começam com “Deus falou comigo...” sempre me causaram incômodo. Acho que, no fundo, concordo um pouco com Woody Allen quando diz: “Se você fala muito com Deus, você é um bom cristão, mas se Deus fala muito com você, você é simplesmente maluco”. Mas o fato é que, queira Woody Allen ou não, Deus fala.

Jesus ouviu a voz de Deus. A Bíblia Sagrada conta a história de muitas pessoas que ouviram a voz de Deus. Nessa situação, quando é guiado ao deserto, parece que Jesus ouve a própria voz do Espírito Santo de Deus. Esse é o sentido de ser conduzido pelo Espírito. O Espírito Santo de Deus aponta para Jesus uma direção, um lugar para onde deve ir, o exato momento em que deve se movimentar, e inclusive a razão por que deve fazer isso: ser tentado pelo Diabo.

Mas como Deus fala comigo? Como eu posso ouvir a voz de Deus? Essa é outra questão que sempre me fala conosco por meio de “pensamentos e sentimentos que são meus, mas que não tiveram origem em mim”. Essa definição foi marcante em minha vida.

Conta-se sobre o martírio de Joana d’Arc que, enquanto era torturada, seu algoz a forçava a admitir as blasfêmias de que era acusada: “Você não ouviu Deus”, dizia o torturador. “Você ouviu a voz de sua própria consciência.” Ao que Joana d’Arc teria respondido: “Pois é assim mesmo que Deus fala comigo”.

Nossos pensamentos e sentimentos revelam vozes que são nossas, de nossa consciência, vozes que vêm de nosso mundo interior. Também podem revelar as vozes do Diabo, as vozes do mal. Mas, principalmente, podem revelar a voz de Deus. Bem-aventurados aqueles que sabem discernir as vozes.
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Referência do texto: KIVITZ, Ed René. Talmidim: o passo a passo de Jesus. São Paulo: Mundo Cristão, 2012. Página 35.
Transcrição: Deivid Liberto

sábado, 28 de janeiro de 2017

TALMIDIM 028

SOPRO

Então Jesus foi levado pelo Espírito Santo ao deserto, para ser tentado pelo Diabo.
Mateus 4:1
           
A Bíblia nos diz que foi o Espírito Santo quem conduziu Jesus Cristo até o deserto para ser tentado pelo Diabo. Isso significa que um dos aspectos mais importantes ao longo de nossa peregrinação espiritual, nesse extenso processo em que nos abrimos para que Deus manifeste seu amor por nós, é deixarmo-nos conduzir pelo Espírito Santo aonde ele quer nos levar. A razão é simples: é somente nesses movimentos do Espírito que somos levados a verdades profundas a respeito de Deus e a nosso próprio respeito – e também a respeito do mal.


Antes de nos encontrarmos com Deus, isto é, se quisermos ficar cara a cara com Deus, vamos ter de ficar cara a cara com o Diabo. Quem quer ter um encontro com Deus, precisa ter coragem de encontrar-se consigo mesmo. Nesses encontros verdadeiros, com Deus, com o mal e com a nossa identidade mais profunda, nossa experiência espiritual ganha densidade e fundamento.

A espiritualidade água-com-açúcar que encontramos nos discursos religiosos e a fé inconsequente e superficial da literatura da autoajuda não combinam com o caminho do discipulado de Jesus. Os que pretendem ser talmidim de Cristo devem ter a coragem e a disposição para se deixarem conduzir pelo Espírito Santo ao deserto. Se a palavra “espírito” na Bíblia significa “sopro”, então é impossível seguir a Jesus sem se colocar sob o sopro de Deus.


Nem sempre as situações de sofrimento e dor são causadas pelo Espírito Santo. Mas, certamente, o Espírito de Deus está presente sempre que o deserto se forma ao nosso redor. A melhor coisa a se fazer quando o sol bate forte é se deixar levar pela brisa suave e leve do Espírito que sopra também no deserto.
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Referência do texto: KIVITZ, Ed René. Talmidim: o passo a passo de Jesus. São Paulo: Mundo Cristão, 2012. Página 34.

Transcrição: Deivid Liberto

sexta-feira, 27 de janeiro de 2017

TALMIDIM 027

DESERTO

Então Jesus foi levado pelo Espírito Santo ao deserto, para ser tentado pelo Diabo.
Mateus 4:1
           
O deserto tem um conteúdo simbólico muito grande na Bíblia Sagrada. Em Gênesis é dito que quando o homem foi expulso do paraíso, no Jardim do Édem, foi para o deserto, para uma terra árida e seca. É no deserto que Moisés tem um encontro com Deus e ouve sua voz. É no deserto que o povo de Israel peregrina em direção à terra prometida, tem sua experiência de contato com seu Deus, e também passa por todas as provações e dificuldades que vão legitimar sua fé.

O deserto é um lugar onde estamos puros diante de Deus. Puros no sentido de não termos nenhum ponto de apoio ou disfarce. No deserto, não importa a roupa que você veste, o carro que você usa ou a casa onde mora. Não importa sua função social, seus cargos importantes ou seus títulos. No deserto você está só, literalmente só, entre Deus e o Diabo na terra do sol. O deserto é o lugar dos encontros verdadeiros, possíveis somente na solidão e solitude.

O deserto é um tempo, portanto, muito fértil e cheio de possibilidades. É no deserto que você ouve a voz do mal. Mas é também no deserto que você pode ouvir a voz de Deus. É na quietude do deserto que você encontra sua identidade mais profunda, seu eu verdadeiro.

O deserto representa a perda, o sofrimento, a privação, o abandono, rejeição, a vulnerabilidade, enfim, aquelas experiências da vida quando descobrimos que todos os nossos recursos não fazem diferença. O deserto é o momento quando você está só, e então se abre a oportunidade de um encontro verdadeiro com Deus.

No deserto não há máscaras nem muletas, só há você e Deus. O tempo no deserto é a hora da verdade. Não por acaso, Jesus foi levado pelo Espírito Santo ao deserto.

Não tenha medo do deserto. Peça a Deus a sabedoria e o discernimento para perceber quando o deserto se constrói a seu redor. Jamais duvide que ali, sob o sol cruel do deserto, o Espírito Santo está com você, para sustentar sua vida e levá-lo mais perto do coração de Deus.
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Referência do texto: KIVITZ, Ed René. Talmidim: o passo a passo de Jesus. São Paulo: Mundo Cristão, 2012. Página 33.

Transcrição: Deivid Liberto

quinta-feira, 26 de janeiro de 2017

TALMIDIM 026

IDENTIDADE

Então uma voz dos céus disse: “Este é o meu filho amado, em quem me agrado”.
Mateus 3:17
           
Quando Jesus estava sendo batizado por João Batista no rio Jordão, aconteceram três coisas extraordinárias. Os céus se abriram, O Espírito Santo desceu sobre Jesus na forma corpórea de uma pomba, e uma voz dos céus se pronunciou dizendo: “Este é Meu Filho amado, em quem me agrado”.

Jesus personifica não apenas a nação de Israel, mas toda a humanidade. Jesus nos inclui a todos, e quando Deus pronuncia o seu amor sobre Ele, também o faz por mim e por você. Essa voz de declaração de amor de Deus pavimenta o chão por conde caminham todos os discípulos de Jesus de Nazaré.

Quando Jesus nos convida para que sejamos seus discípulos, na verdade está nos oferecendo o amor de Deus que determina nossa identidade, isto é, nos tornando filhos de Deus, por um ato exclusivo de Deus.

Caso alguém perguntasse a Jesus: “Quem é você?”, a reposta seria “Eu sou o Filho amado de Deus”. É a mesma resposta que os talmidim de Jesus podem dar. A mesma resposta que você e eu podemos dar. Quem sou eu? Eu sou um filho amado de Deus.

Não permita que nenhuma outra voz além da voz de Deus lhe diga quem você é e defina sua identidade. Não se impressione se os céus não se abrem sobre você. Não se preocupe pelo fato de que, provavelmente, nenhuma evidência externa reforce essa verdade. Ouça a voz de Deus sussurrando em seu coração: “Você é meu filho amado, em que me agrado”.
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Referência do texto: KIVITZ, Ed René. Talmidim: o passo a passo de Jesus. São Paulo: Mundo Cristão, 2012. Página 32.
Transcrição: Deivid Liberto

quarta-feira, 25 de janeiro de 2017

TALMIDIM 025

MULTIPLICAR

E, chegando-se Jesus, falou-lhes, dizendo: É-me dado todo o poder no céu e na terra. Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; Ensinando-os a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos. Amém.
Mateus 28:18-20

A grande ambição do talmid é ser igual ao seu Mestre. O seguidor de Jesus quer ser igual a Jesus. Na verdade, o grande desejo do coração de um aprendiz é ultrapassar seu mestre. Mas não são todos os mestres que gostam dessa realidade. A maioria dos mestres, especialmente no contexto religioso, parece desejar que seus discípulos permaneçam infantilizados, fragilizados e dependentes, sempre precisando deles, sempre debaixo de sua cobertura, de sua orientação ou palavra profética e de revelação. Os mestres religiosos, de modo geral, não gostam de conduzir pessoas à maturidade. Não gostam de pessoas que pensam com a própria cabeça e andam com as próprias pernas.

Jesus é um Mestre diferente. O grande desejo de Jesus é se multiplicar através de seus discípulos. Quando Jesus chama seus talmidim entre os homens comuns, sabe que primeiro serão aprendizes, depois imitadores, e aos poucos serão transformados, até que ele mesmo, Jesus, comece a viver neles e se manifestar por meio deles.

Na verdade, esse é o desejo do Pai de Jesus. O apóstolo Paulo ensina que o propósito de Deus é transformar cada ser humano a imagem de seu Filho Jesus. Deus também quer multiplicar filhos e filhas a sua imagem e semelhança. Parece que Deus não se contenta em ter apenas um filho. Ele quer muitos, de modo que Jesus seja apenas o primeiro entre muitos irmãos.

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Referência do texto: KIVITZ, Ed René. Talmidim: o passo a passo de Jesus. São Paulo: Mundo Cristão, 2012. Página 31.
Transcrição: Deivid Liberto

terça-feira, 24 de janeiro de 2017

TALMIDIM 024

PESCADORES

Justamente naquela hora, na sinagoga, um homem possesso de um espírito imundo gritou: "O que queres conosco, Jesus de Nazaré? Vieste para nos destruir? Sei quem tu és: o Santo de Deus! " "Cale-se e saia dele! ", repreendeu-o Jesus. O espírito imundo sacudiu o homem violentamente e saiu dele gritando.
Marcos 1.23-26




           Enquanto caminhamos com Jesus, deparamos com espíritos imundos. Jesus também esteve frente a frente com eles. Ele exerceu autoridade sobre esses espíritos e libertou pessoas que estavam dominadas e controladas por eles, que a Bíblia chama também de demônios. Espíritos do mal, espíritos malignos.

O evangelho narra o encontro de Jesus com um homem dominado por um espírito imundo, e registra esse confronto imediatamente após Jesus ter chamado seus primeiros talmidim e ter prometido fazer deles “pescadores de homens”.

Durante muito tempo acreditei que “pescar homens” era ir buscar os pecadores do lado de fora da igreja e trazê-los para dentro. Significava fisgar pessoas que não acreditavam em Deus e em Jesus e trazê-las para o ambiente religioso, onde Jesus recebe adoração. Mas lendo esse texto com mais atenção, e meditando sobre sua relação com o chamado de Jesus a seus talmidim, passei a considerar que “pescar homens” significa buscar dentro de cada ser humano a sua verdadeira identidade, alcançar dentro de cada ser humano o "eu verdadeiro” que está ali abafado por muitos espíritos imundos.

O que são os espíritos imundos? São egos absolutos. O que é um demônio, um espírito mal, ou espírito maligno? É um ego absoluto, que pensa apenas em si e que ignora todo o resto, todos os demais, inclusive - e principalmente - Deus.

Os egos absolutos podem ter vários nomes. Pode ser um demônio mesmo. Mas também podem ser tradições ou autoridades religiosas, imposições familiares, vínculos afetivos, ideologias e estados políticos, filosofias e culturas, e qualquer tipo ou expressão de vontades absolutas e opressoras. Aqueles que seguem a Jesus têm a sagrada tarefa de "pescar pessoas", de buscar dentro de cada ser humano oprimido por vontades que impedem sua expressão autêntica e plena a expressão mais verdadeira do seu eu, criado em imagem e semelhança de Deus. 

Para pescar homens, precisamos da autoridade de Jesus para confrontar os espíritos imundos, malignos e diabólicos. Muito mais do que iniciar as pessoas em uma religião, pescar homens é cooperar com Deus para que as pessoas sejam libertas de todos e quaisquer egos opressivos e escravizadores. Jesus é vida, é luz, é libertação.
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Referência do texto: KIVITZ, Ed René. Talmidim: o passo a passo de Jesus. São Paulo: Mundo Cristão, 2012. Página 30.
Transcrição: Deivid Liberto

segunda-feira, 23 de janeiro de 2017

TALMIDIM 023

JOÃO 3.16
Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho Unigênito, para que todo aquele que nele crer, não pereça, mas tenha a vida eterna.
João 3.16

          O novo testamento foi escrito na forma arcaica da língua grega, e cada idioma tem suas peculiaridades. Os estudiosos dizem, por exemplo, que nesse trecho do evangelho, o verbo “crer” não se refere a algo ocorrido no passado, mas a um ato continuo. Isso significa que a vida eterna prometida é para aquele que crê em Jesus e continua crendo, numa experiência perene, permanente.


          Crer em Jesus é muito mais do que simplesmente acreditar que ele existiu. O apóstolo Tiago diz que até mesmo Satanás e seus demônios acreditam na existência de Deus. Mas crer é diferente de acreditar. Crer, conforma a linguagem bíblica, é confiar, é depender, é render-se em entrega aos cuidados. Crer em Jesus implica em um relacionamento de adoração, que nos coloca em condições de experimentar a vida com qualidade divina: a vida eterna.





          Eu mesmo acredito em muitas coisas. Acredito, por exemplo, que precisamente no lugar onde escrevo há diversas ondas de rádio AM e FM. Eu entendo e acredito nisso, mas não estou captando nada, não estou ouvindo nenhuma música nem ouvindo qualquer som emitido pelas rádios da cidade. O fato é que acredito, mas não estou interagindo com isso que acredito existir.


          Acreditar é saber que algo existe. Mas quando a bíblia sagrada diz que devemos crer no filho de Deus, ela está dizendo que devemos nos relacionar, interagir com ele, para podermos experimentar o amor de Deus e a vida eterna. Crer ou acreditar em Deus como força criadora. Crer em Jesus implica o relacionamento pessoal com ele.


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Referência do texto: KIVITZ, Ed René. Talmidim: o passo a passo de Jesus. São Paulo: Mundo Cristão, 2012. Página 29.
Transcrição: Deivid Liberto

domingo, 22 de janeiro de 2017

TALMIDIM 22

ADORADORES

Deus é espírito, e é necessário que os seus adoradores o adorem em espírito e em verdade.

João 4.24

Essa é, provavelmente, uma das duas vezes em que a Bíblia Sagrada nos oferece o que poderia ser próximo de uma definição de Deus. A outra é “Deus é amor”. Nas palavras de Jesus, Deus é espírito, que nos autoriza a dizer que Deus é um espírito que ama, um espírito amoroso, ou um amor pessoal.


Jesus está conversando com uma samaritana. A mulher pergunta para Jesus qual é o lugar correto para adorar a Deus, se o monte Gerizim, sagrado para os samaritanos, ou o monte Sião, onde os Judeus adoram. Jesus responde dizendo que não importa o lugar, o dia, a hora, o rito, os símbolos que estão envolvidos na adoração. O que importa mesmo é que Deus seja adorado em espírito e em verdade.


O que Jesus está nos ensinando é que Deus prescinde de todo o aparato da religião. A partir de Jesus, que nos recomenda um jugo suave e um fardo leve, aqueles que desejam se relacionar com Deus estão livres de cumprir rituais religiosos, frequentar lugares sagrados, guardar dias, ou se submeter a atividades e pessoas consideradas sagradas. Jesus diz que para adorar a Deus, o “Amor em pessoa”, o importante é o coração.



Lembro-me do dia quando conversei com um jovem que estava enfermo e aflito. Enquanto me despedia, desejei o tradicional: “Vá com Deus”. E ele me perguntou: “Será que Deus vai comigo? O que eu preciso para que Deus me acompanhe?”. Não sei se respondi certo, mas na hora a única coisa que me ocorreu foi dizer: “Basta que você realmente tenha esse desejo em seu coração e Deus irá sempre com você” – pois o que importa é adorar a Deus em espírito e em verdade.


Para quem deseja andar com Deus, o coração íntegro e o anseio sincero de conhecer e experimentar seu Espírito de amor são suficientes.

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Referência do texto: KIVITZ, Ed René. Talmidim: o passo a passo de Jesus. São Paulo: Mundo Cristão, 2012. Página 28.
Transcrição: Deivid Liberto

sábado, 21 de janeiro de 2017

TALMIDIM 021

ROCHA



Portanto, quem ouve estas minhas palavras e as pratica é como um homem prudente que construiu a sua casa sobre a rocha. Caiu a chuva, transbordaram os rios, sopraram os ventos e deram contra aquela casa, e ela não caiu, porque tinha seus alicerces na rocha. Mas quem ouve estas minhas palavras e não as pratica é como um insensato que construiu a sua casa sobre a areia. Caiu a chuva, transbordaram os rios, sopraram os ventos e deram contra aquela casa, e ela caiu. E foi grande a sua queda.
Mateus 7.24-27





Com essas palavras Jesus encerra seu conhecido sermão do monte. O sermão do monte é o resumo essencial da interpretação que Jesus faz da lei de Moisés. Ao final do seu discurso, Jesus afirma que mais do que conhecer ou saber interpretar, o importante é praticar a lei. Quem compreende e pratica a lei é semelhante ao homem que construiu a sua casa na rocha. Quem não compreende e não pratica a lei é comparado por Jesus como um insensato que construiu sua casa sobre a areia.


A pergunta inevitável é: o que é a rocha? Isto é, qual é a base onde devemos edificar nossa peregrinação espiritual? Alguns diriam se tratar da lei de Moisés. Outros diriam que é a lei conforme a interpretação feita por Jesus. Também há os que defendem que a rocha é a bíblia, a Palavra de Deus. E ainda alguns afirmam que a rocha é o próprio Jesus.


Sugiro uma interpretação diferente: a rocha é a obediência à palavra de Deus. “Nem todo aquele que me diz: ‘Senhor, Senhor’, entrará no Reino dos céus, mas aquele que faz a vontade do meu Pai” (Mt 7.21), disse Jesus.


Isso é muito importante, pois indica que a espiritualidade cristã não é uma questão de crenças, nem um assunto de foro íntimo, ou apenas mera relação de boas intensões – aliás, como diz o ditado que minha mãe sempre repete, o inferno está cheio de boas intensões. A espiritualidade cristã, isto é, o caminho no discipulado de Jesus, é um caminho de obediência.


O apostolo Tiago nos previne de que não sejamos apenas ouvintes da palavra de Deus, mas praticantes. Mais que especialistas em interpretações da lei e do evangelho, os talmidim de Jesus são aqueles que ouvem sua Palavra e fazem o que ele manda.

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Referência do texto: KIVITZ, Ed René. Talmidim: o passo a passo de Jesus. São Paulo: Mundo Cristão, 2012. Página 27.
Transcrição: Deivid Liberto

sexta-feira, 20 de janeiro de 2017

TALMIDIM 020

1 + 1 = 1



Então o SENHOR Deus declarou: “Não é bom que o homem esteja só”.
Gênesis 2.18


Polêmica, essa frase. Mal interpretada, nos colocaria na beira do abismo da heresia. Caso estivesse na boca do primeiro homem, Adão, seria digna de uma repreensão divina. Imagine Adão reclamando a Deus que se sente sozinho: “Olha, Deus, eu passo os dias dando nome aos animais da terra e de uns tempos para cá notei que todos eles têm seus pares, mas eu não tenho ninguém, estou me sentindo muito sozinho! ”. Então, Deus diria a ele: “Você não entendeu, Adão, que eu, Deus, sou o seu par? ”. Mas a grande questão é que essa afirmação, “Não é bom que o homem esteja só”, não saiu da boca de um homem. De acordo com Gênesis, a afirmação saiu da boca de Deus.

Mas, em que sentido o homem estava só? O homem estava só exatamente na dimensão de ter um par. Acima dele estava Deus, e abaixo dele os animais e o restante da criação. Mas diante dele, face a face com ele, no mesmo nível dele, não havia ninguém. Isso explica o complemento da declaração de Deus: “Farei para o homem uma mulher, alguém que esteja como que diante dele”.

Isso faz todo o sentido, pois a tradição cristã crê em um Deus plural: Pai, Filho e Espírito Santo. Três pessoas a quem chamamos Deus. Deus é uma unidade entre iguais. Uma pluralidade singular, ou singularidade plural, três pessoas divinas vivendo em perfeita harmonia. Um ser criado por esse Deus à imagem e semelhança de Deus deveria ser, necessariamente, uma unidade entre iguais. Dessa compreensão surge uma equação muito estranha: Deus mais um homem é igual a um homem sozinho. Isto é, Deus mais Adão é igual a Adão sozinho.

Extraímos daí algo fundamental na espiritualidade cristã: tão verdadeiro quanto dizer que pessoas precisam de Deus, é verdadeiro dizer que pessoas precisam de pessoas. No discipulado de Jesus, a experiência com Deus é pessoal, a caminhada com Deus é comunitária. E nada, absolutamente nada, é individual.
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Referência do texto: KIVITZ, Ed René. Talmidim: o passo a passo de Jesus. São Paulo: Mundo Cristão, 2012. Página 26.
Transcrição: Deivid Liberto

quinta-feira, 19 de janeiro de 2017

TALMIDIM 019

Palavra: Viver

Portanto, vão e façam discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, ensinando-os a obedecer a tudo o que eu lhes ordenei. E eu estarei sempre com vocês, até o fim dos tempos.
Mateus 28.19-20


Enquanto caminha com seus talmidim, Jesus vai deixando claro o ciclo do discipulado. Jesus é o modelo de seus seguidores. Como seus talmidim, andamos e aprendemos com ele; desejamos ser transformado por ele. Jesus compartilha conosco tudo o que sabe e nos inclui na intimidade de seu Espírito. Ele nos dá sua alegria, sua paz e nos revela o nome do Pai. Jesus nos investe de autoridade e nos dá legitimidade para invocarmos a Deus Pai como sendo o nosso Pai. Nesse processo de andar e aprender com Jesus, vamos nos tornando uma expressão dele mesmo no mundo. Jesus aos poucos vai se multiplicando através de nós. A intensão dele é que nós também nos multipliquemos, e, à medida que as pessoas comecem a se aproximar de nós, na verdade se aproximam de Deus, e especialmente de seu filho Jesus. Eis o clico do discipulado.

A grande questão é que fazer discípulos não é somente ensinar as coisas que Jesus ensinou ou ordenou. Fazer discípulos de Jesus é ensinar a guardar as coisas que Jesus ordenou. Fazer discípulos é mais que transferir conhecimento, informação ou alguma teoria teológica ou filosófica. Fazer discípulos é muito mais que ensinar doutrinas ou crenças. Fazer discípulos é ensinar a viver como Jesus viveu e nos ensinou a viver.


Livros, apostilas, seminários, congressos, conferências, palestras, sermões dominicais e vídeos no Youtube são ferramentas úteis, mas precisamos muito mais que isso para fazer discípulos de Cristo. Precisamos de relacionamento. Com todas as ferramentas disponíveis, nós aprendemos o que Jesus ensinou, mas não aprendemos a guardar o que ele ensinou. Em um bom sermão dominical, nós aprendemos que devemos perdoar, mas não aprendemos a perdoar. Em uma boa apostila, ficamos sabendo que é preciso amar o próximo, mas não é ali que aprendemos a amar. Experiências como perdão, amor, justiça, solidariedade e compaixão, nós só aprendemos na rede de relações pessoais. Por isso, fazer discípulos é necessariamente entrar numa dinâmica de relacionamentos em que Jesus está presente como autoridade maior.

Poucas coisas são tão importantes no discipulado quanto a comunhão com pessoas nas quais Jesus se multiplicou. Os talmidim de Jesus vivem juntos, aprendendo e ensinando uns aos outros, multiplicando Jesus em todos os ambientes onde estão presentes e em todas as relações de seu círculo de influência.
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Referência do texto: KIVITZ, Ed René. Talmidim: o passo a passo de Jesus. São Paulo: Mundo Cristão, 2012. Página 25.

Transcrição: Deivid Liberto

quarta-feira, 18 de janeiro de 2017

TALMIDIM 018

Palavra: Agora

Foi-me dada toda a autoridade no céu e na terra. Portanto, vão e façam discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, ensinando-os a obedecer a tudo o que eu lhes ordenei. E eu estarei sempre com vocês, até o fim dos tempos.
Mateus 28.18-20

Jesus não fala apenas como um rabino de sua época. Ele não reivindica para si uma autoridade religiosa. Também não reivindica uma autoridade restrita a um grupo étnico, os judeus. Jesus se pronuncia reivindicando para si toda a autoridade nos céus e na terra, não somente hoje, mas por todo o tempo. Em outras palavras, Jesus fala como dono do mundo.

Jesus já anunciou o reino de Deus e já apresentou a si mesmo como o rei legítimo e verdadeiro desse reino. Também já convocou seus talmidim a que se comprometessem com a plenitude da vontade de Deus sendo feita na terra assim como é feita no céu. Agora, ao proclamar que toda autoridade nos céus e na terra está em suas mãos, ele envia seus talmidim ao mundo para anunciar essa notícia e ensinar todas as pessoas a viverem conforme sua vontade.

O que Jesus está dizendo é extraordinário. Ele está dizendo que é o mestre da vida, que sabe nos ensinar a viver. Ser um talmidim de Jesus, ser um seguidor de Jesus, é aprender com o Criador, o Senhor, o Doador da vida. Isso é extraordinário porque os ensinamentos e mandamentos de Jesus se referem a verdades espirituais e tratam também das questões muito próximas da realidade cotidiana de todos nós. O reino de Deus não é uma abstração.

Tenho um amigo que costuma dizer que os cristãos vivem na “espiritosfera”, porque, de fato, pessoas religiosas costumam entender sua espiritualidade como algo impraticável, uma vida a para ser experimentada apenas depois da morte. O que Jesus vem anunciar, entretanto, é uma dimensão de vida disponível para o aqui e agora. Jesus nos diz: “Você quer um caminho de vida? Siga-me! Quer aprender a viver? Ouça-me! Quer viver de verdade? Então venha comigo e obedeça a tudo aquilo que eu mandar, porque eu sou o Senhor da vida, e tenha nas mãos toda a autoridade, hoje, amanhã e para sempre”.
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Referência do texto: KIVITZ, Ed René. Talmidim: o passo a passo de Jesus. São Paulo: Mundo Cristão, 2012. Página 24.
Transcrição: Deivid Liberto