“[...] vede prudentemente como
andais, não como néscios, mas como sábios, “remindo o tempo”, porquanto os dias
são maus”. (Efésios 5.15-16).
Diariamente
julgamos que algumas pessoas têm mais beleza do que outras; que outros têm
talento acima da média; também é sabido que alguns têm mais oportunidade ou
condição social melhor do que outros, alguns mais recursos financeiros, em
diversas coisas e áreas da vida, alguns mais e outros menos, porém existe algo
que independente de esforços, status ou de qualquer outra condição, é universal
e distribuído a todos diariamente da mesma forma e proporção. Já conseguiu
desvendar do que se trata?
O Tempo,
o único ativo que é igual para todos na face da terra e nivela a todos. Quer seja na vida profissional, estudantil ou até
mesmo em nossas relações sociais, o tempo deve ser utilizado com sabedoria e
prudência, pois assim como um rio que segue seu percurso, toma seu caminho, e
não retorna devolvendo suas águas à sua nascente, assim também é dinâmica do
tempo, o que passou, passou, não volta mais.
Uma das
perguntas que mais se ouve na contemporaneidade é: “Não tenho tempo”, mas como
vimos anteriormente, cada um de nós recebemos diariamente a mesma quantidade.
Por que é então que alguns conseguem administrar melhor a sua porção?
Apesar de
ouvirmos costumeiramente a frase: “Tempo é dinheiro”, precisamos entender que
tempo é uma “questão de vida”, e como o tempo perdido não se pode ter de volta,
temos a sensação de ter perdido vida ao perceber que gastamos tempo com algo
que não lhe trouxe benefício algum. Isso se dá pelo fato de que muitas vezes
não valorizamos o tempo, menosprezamos seus marcadores e suas frações, não
conseguimos enxergar a importância de cada milésimo de segundo, e para entender
estes valores, basta tomar ciência dos fatos abaixo que conseguirá aferir o
valor de cada divisão de tempo que fazem parte de nossas rotinas:
Converse com um colega seu que foi reprovado e saberá o valor dos mais
de 360 dias de um ano, ou pode ser até
que essa sensação faça parte de sua vida; bata um papo com uma mãe, ao qual
teve um bebê que nasceu prematuramente e entenderá a importância de um mês. Quanta diferença nos cuidados e
apreensões faria mais um mês de gestação, tanto para a mãe como para a criança;
fale com o editor de uma revista semanal e irá notar como ele valoriza cada
fração de tempo de uma semana, pois
o ciclo se fecha e se repete com uma enormidade de trabalho a ser realizado
dentro de tão pouco tempo; tenha um
diálogo com uma diarista que depende do salário daquele de um dia para colocar comida na boca dos
filhos. Se ela perde esse dia, não recebe o seu pagamento; pense em como uma hora passa de pressa quando você
está com a sua namorada, ou como ela demora a chegar, quando você a está
esperando em um encontro marcado; não interrogue ninguém que perdeu um voo ao
chegar “apenas” um minuto após a
porta de embarque ter fechado, pois você poderá ser surpreendido com tamanho
irritação. Por fim, para aferir o valor
de um segundo faça uma entrevista com algum atleta que
deixou de ganhar o primeiro lugar por que o oponente chegou “apenas” um segundo
na frente dele, ou até com uma fração decimal, centesimal, ou milésima de um
segundo.
Precisamos a cada instante nos conscientizar de que o valor que damos ao
tempo presente, a forma com a qual nos relacionamos com ele e as ações que
tomamos pode e irá definir as consequências no tempo futuro, pois tempo perdido
se transformam em oportunidades perdidas.
Você sabia que algumas pessoas passam horas navegando na internet, em
redes sócias, em comunicações sem valor e qualidade e quando percebem já
perderam 20 minutos, ou até mesmo algumas horas sem perceber o tempo em que ali
ficaram e somente ao final se dão conta gastaram tempo com futilidades, ao
passo que poderiam ter eliminado atividades que ainda terão que dedicar tempo?
Desperdiçamos tempo de várias outras formas, com as mais diversas distrações,
com as mais variadas atividades, perdendo o foco do que de fato deveríamos
estar dedicando esforços, e isso vale até para o tempo de descanso, pois com a
desorganização de nossas rotinas, não cultivamos tempo apropriado para o sono,
e no dia seguinte, tudo vai de mal a pior.
Cada uma
dessas situações significa perda de tempo, e assim você vai desperdiçando a
vida, mesmo se se enquadra minimamente em alguma delas. Você pode ir até se
enganando, achando que está aproveitando o tempo, aproveitando a vida, em
coisas que não constroem, mas antes que você se aperceba, pode esbarrar na
expressão inevitável e imutável: “Game Over”! A brincadeira um
dia termina e a conta do pedágio pode ser alta demais e impagável.
Mas saiba
que quando falamos de “não perder tempo”, não estamos dizendo que todo lazer é
perda de tempo. Muito pelo contrário, dentre as diversas possibilidades que
temos na vida, o lazer é o que temos de melhor, Deus nos proporcionou essas
experiências, porém, há um fator decisivo para que consigamos administrar todas
as nossas relações e dedicar o tempo apropriado a família, os cuidados
pessoais, amigos, profissão, estudo e etc., e este fator é o que chamamos de
“prioridade”, pois em cada fase de nossas vidas, nossas prioridades se alteram
de acordo com as decisões que tomamos e com isso tendemos a dedicar tempo a
aquilo que nos é prioritário. A questão é que não podemos transformar a
diversão na prioridade de nossas vidas e muito menos nos deixarmos levar pela
dissolução social e moral.
Resgatando o tempo
Frequentemente
falamos sobre “falta de tempo”, “perder tempo”, “gastar tempo”, “passar o
tempo”; mas você já ouviu falar de se resgatar o tempo? A princípio
precisamos identificar quem ou o que nos está roubando o tempo. Faça a sua própria relação relacionando
as coisas que estão subtraindo o tempo de sua vida.
Resgatar o tempo foi uma expressão utilizada
pelo apóstolo Paulo quando inocentemente foi preso, onde soubera muito bem o
valor do tempo e o quanto custava perdê-lo. O mesmo escreveu as seguintes palavras: “[...]
vede prudentemente como andais, não como néscios, mas como sábios, “remindo o
tempo”, porquanto os dias são maus”. (Efésios 5.15-16).
A
expressão remir, significa exatamente “resgatar” e Paulo a usa com sabedoria,
pois a todo momento estamos rodeados de salteadores que nos sequestram o nosso
tempo, e sabemos que tempo é vida, e se algo ou alguém está sequestrado seu
tempo, este tem sequestrado sua vida e tem você como refém e o preço do resgate
é a sua conscientização da importância do tempo, a coragem para tomar decisões
importantes, a adoção de uma perspectiva de vida fundamentada na verdade, a
percepção de que a vida não pode ser desperdiçada.
O texto
também nos orienta quanto a questão de andar de forma prudente como pessoas
sabias, ou seja, tomar decisões acertadas, fazer o máximo possível para agir,
diante das diversas ofertas da vida, com sabedoria, pois as decisões erradas,
podem acarretar não somente em pequenas surpresas negativas, mas como também em
grandes consequências ruins, pois os dias são maus.
Precisamos
ter consciência disso e tomar cuidado para não estragar nossas vidas,
preservando o tempo, valorizando o tempo e restando o tempo que nos é roubado
pelas várias distrações da vida. Salamão, o grande sábio, nos alertou a lembrar
de Deus, ainda nos dias de nossa juventude (Eclesiastes 12.1) e recomendo que o
faça ainda hoje através de seu filho Jesus. Através dele, temos acesso ao
Criador e Ele pode nos dar a direção de quais caminhos trilhar, pode nos dar
condições de tomar as decisões acertadas e a cuidar para que seu tempo não seja
sequestrado e se for, que você tenha condições de remi-lo. Ele pode abençoar os
seus passos na direção de uma vida proveitosa. Não perca mais tempo, não
estrague sua vida!
Que Deus te abençoe!
Resumo de
um dos textos da série: “Dialogando com o jovem universitário” lançado em
fevereiro de 2016 pela Universidade Presbiteriana Mackenzie dedicado aos alunos
da universidade.
Texto:
Tempo Perdido: Cuidado para não estragar sua vida
Autor: F.
Solano Portela
Resumo:
Deivid Liberto
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